quinta-feira, abril 10, 2014

Cantas bem, mas não me alegras...

Noto com desagrado, que a nossa sociedade está pejada de pseudo-intelectuais que gostam de atirar em tudo o que mexe... mas depois votam às escondidas na música do Emanuel que ganhou a Eurovisão!
A propósito, fez-me lembrar a estória de dois pescadores... um Inglês e um Português que podiam ter-se encontrado na Barragem da Apartadura, para uma tarde de pescaria. 
E a coisa estava a ir de feição para ambos, o lagostim estava a morder o isco e os baldes iam ficando cheios...
À medida que o Inglês ia metendo os Lagostins no seu balde, o português fazia o mesmo mas ao contrário do primeiro não tinha o cuidado de tapar o balde...
Intrigado, pergunta:  - Ouve lá! Como é que fazes isso? Eu se não tapar o meu balde os lagostins fogem!
O Português sorri e responde: Sabes pá?! Cá em Portugal sempre que um consegue subir, há sempre dois que o puxam para baixo!
E assim estamos nós em Marvão, com a carta aberta ao Maestro Poppen, aberta mas pouco, tal é a quantidade de texto elitista, que é usado para contestar uma coisa tão simples, como a falta de um cartaz em Português para divulgação do dito Festival Internacional.
Quando vi o dito cartaz, não gostei que não fosse bilingue, como também não gosto que as explicações da Ammaia também não se apresentem em Inglês, apesar do esforço que é meritóriamente feito na recepção, quando se deparam com Turistas estrangeiros. 
Tenta-se mostrar na dita carta que se fala a mesma língua... a musical, porque é mais fácil o comum dos mortais (grupo em que me incluo) entender um cartaz em Inglês, do que um texto em Português Elitista, que faria a Edite Estrela corar pela sua manifesta iliteracia... 
Pelo que conheci do maestro é uma pessoa bastante simples e acessível, e o gosto por música erudita não o faz sentir superior aos demais, logo para chegar a ele não é necessário tanto barroco prosaico...
Senhor e senhoras, querem ser assertivos dirijam-se directamente a quem de direito e ofereçam-se para traduzir o cartaz, que não tenho dúvida das vossas capacidades para traduzir o seguinte texto: Marvão International Music Festival - A magical classical music festival in a spectacular medieval castle and Village - 25/27 July 2014, Marvão, Portugal - Leading internacional artists - The Gulbenkian Orchestra. 
Como também não duvido que terão todo o apoio para a angariação de fundos para a Impressão do dito cartaz...
Depois sim veremos, como vimos no Festival de Cinema do Mundo, se a maioria do público presente, leu o cartaz em Português ou em Inglês...
Amo a minha língua, mas também sei que não se apanham pássaros à paulada... Não estão a falar com nenhum Órgão eleito, parece-me que estão a dirigir-se a um benemérito, e se quiserem que este se mantenha e outros apareçam, sem terem medo das "cartas abertas"...
Em bom português... Tenham tento na língua! 

sexta-feira, janeiro 31, 2014

A praxe no Meco é não haver traje...

A Praia do Meco é para mim um espaço muito especial, e lamento muito tudo o que ocorreu naquela fatídica noite.
Não querendo especular sobre o que terá ocorrido naquela noite, assumo-me já como um cidadão que não gosta de praxe.
Frequentei a Universidade, terminei o meu curso, nunca praxei, e quando os meninos de negro se dirigiram aqui ao caloiro como "Besta", disse-lhes adeusinho isto não é para mim! Fui alvo de ameaças, que assustam quem está a iniciar um percurso académico, numa realidade completamente diferente do secundário, mas decidi interiormente que não era isso que me faria vacilar e não mais me chatearam no primeiro ano.
No segundo ano numa Universidade Privada em que uma grande maioria dos professores tinha ligações à Opus Dei, era de direita e a grande maioria dos seus alunos também o era, hoje, um dos meus colegas de turma é deputado pelo CDS-PP, decidi com outro colega, que iríamos apoiar e informar os novos alunos que não tinham de se sujeitar aquilo.
As ameaças voltaram e agora ao jeito trauliteiro... e um episódio que jamais esquecerei, foi uma conversa daquelas em que a bolha já rebentou e sentia o bafo a Super Bock de um veterano do meu curso, com umas quatro matriculas, ameaçava-me levar-nos a tribunal de praxe, pois ainda estávamos no segundo ano e Eles podiam fazê-lo! O mesmo veterano ameaçou-me que eu ficaria marcado naquela instituição e que mais nenhum colega me iria disponibilizar apontamentos...
Ao que de rajada respondi... Meu caro colega, eu estou aqui para estudar, e não precisei de apontamentos de colegas para fazer o primeiro ano, sem cadeiras em atraso, ao contrário de ti que estás no quarto ano e faltam-te uma série de cadeiras do primeiro e do segundo ano para terminar. Vê lá se não és tu que precisas dos meus apontamentos?! Nesse momento o veterano deve ter sentido na pele a humilhação que tanto gostava de provocar nos outros... Mas ficou arrumado e ainda foi gozado pelos colegas morcegos!
Os defensores da Praxe, dizem que é tradição, que serve para integrar e que ninguém é obrigado, pois não é! Mas quem se nega sofre pressão e muitas vezes represálias.
A mim entristece-me que as autoridades encolham os ombros para o perpetuar de figuras tristes que acontecem um pouco por todas as ruas das cidades com Universidades ou Politécnicos, mas tomem posição em relação à Nudez num evento como o World Naked Bike Tour. Em que a nudez seria uma opção de cada um e por uma causa nobre. Quando se encontram jovens semi-despidos pelas ruas incitados a simularem actos sexuais na via pública, já é absolutamente normal. Quando raparigas e rapazes são sujeitos a estas humilhações ninguém quer saber...
Pois se queremos uma figura de verdadeiro atentado ao pudor, encontra-mo-la na Praxe e não no World Naked Bike Tour, ou em qualquer evento em que a nudez é apenas a manifestação do que somos e de como viemos ao mundo.
E perguntarão os mais distraídos... Mas o que é que tem a Praxe a ver com a Nudez?
Nada, apenas a fatal coincidência de sete jovens se terem deslocado trajados a uma praia, que é de "traje" Naturista e a brincadeira não ter acabado como todas as brincadeiras saudáveis deveriam acabar - em bem!
É que também na Praxe se anda a brincar, aos Tiranos... e quando me dizem: Ah mas isto tem de ficar no bom senso de cada um, gente estúpida e que abusa há em todo o lado, não se vai acabar com a Praxe por causa disso...
E vamos continuar a fazer os novos alunos e a sua integridade física e psicológica depender do bom senso de cada um e pior que isso, dos comportamentos de massas?
Querem integrar, dou uma sugestão, na abertura do ano lectivo que é em Setembro e está bom tempo, vão até ao Meco e dispam o Traje e se os novos alunos quiserem integrar-se no espírito, pois que se integrem. É libertador, saudável e inofensivo! E será certamente uma experiência marcante!