sábado, agosto 27, 2005

Irra!!! Que arde!! Este tsunami…

Estou neste momento num dos únicos locais em Portugal, livres de incêndios… e sabem porquê?
Porque na praia ainda não nascem eucaliptos…
Olho para o mar e lembro-me das inúmeras metáforas que são feitas pelos jornalistas: ele é, “mar de chamas” ele é, “onda de incêndios”…
Em primeiro lugar, o mar que vejo aqui à minha frente está calmíssimo, tirando uma ou outra emigrante que grita desalmadamente com o filho, fazendo essa sim, e já que de incêndios falamos, arder os ouvidos de qualquer pessoa normal.
Se os canadairs que chegam de França, nos ajudam no combate às chamas… estas senhoras que chegam de França tal como os canadairs não são de fabrico francês, estas não nos trazem acalmia desejada que os canadairs buscam, mas sim um grande desassossego.
Fora os apartes… e voltando a cortar forte e feio nos eucaliptos e especialmente em quem deixou a nossa floresta ser um imenso eucaliptal… parecem-me encontrados os grandes incendiários deste país.
Se um terramoto num grau elevado na escala de Richter num meio de um mar calmo, provoca um tsunami… um eucaliptal num elevado grau de escala de estupidez dos inergumnos que o deixaram crescer e o apoiaram financeiramente, provoca de igual modo um tsunami, se em contacto com um isqueiro.
Se um terramoto não se pode evitar… uma floresta exclusivamente de pinheiros e eucaliptos pode.
Quem patrocinou todos estes anos, este estado de coisas, deveria neste momento, carinhosamente e docemente, ser untado com o melhor e mais delicioso mel das puras abelhas, fazendo de seguida uma pequena incursão a uma colónia de ursos.
A Portucel deveria ser condenada a comprar um canadair por cada 100.000 hectares ardidos nos últimos seis anos… e estou eu a ser amigo!!!
Os Ministros da Agricultura, Secretários de Estado das Florestas dos últimos 20 anos, deveriam ser condenados, a trabalhos de plantação uma a uma de diferentes espécies de folhosas até que atingissem o total de hectares ardidos nos últimos 5 anos.
O Ex-Ministro da Defesa seria condenado a permanecer num porta máquinas de transportes especiais, dentro de um submarino, com a cabecinha de fora, onde gentilmente Nobre Guedes lhe apertaria as bochechas cheias de água de forma a esguichá-la direccionada para as chamas, para que pudesse aferir da verdadeira operacionalidade de um submarino em época de incêndios.
O nosso Primeiro seria condenado a fazer a pé, o percurso, Lisboa – Nairobi ida e volta, com uma vela acesa no rabo, gritando em voz alta de modo a ouvir-se com qualidade sonora: “socorro Bruxelas! que arde!”
E assim estaria feita justiça.
Há um sitio, que à muito não arde, mas é melhor não dizer muito alto, que é um exemplo a seguir. Porque o lobby eucaliptal pode ouvir e transformar sequóias em eucaliptos…
Que a lua vigie meu querido monte… porque noutro monte irmão nem Santa Luzia lhe valeu.

Com ardor, Nuno Frade

1 comentário:

J. disse...

EPAH!!!VÊ SE ESCREVES
MAIS!